Uma proposta para a implantação do período de defeso do camarão
estava engavetada na mesa do ministro da Pesca, Marcelo Crivella. Depois
de insistentes pedidos de “pescadores do Maranhão”, o senador João
Alberto entrou em cena.
Acompanhado do secretário de Articulação Insconstitucional, Rodrigo
Comerciário, o senador maranhense ficou logo ligando de seu gabinete
durante a manhã de ontem tentando um audiência para fazer o ministro
assinar o projeto. E não conseguiu.
O senador e Comerciário foram vender o peixe, ou melhor, o camarão ao
ministro de Minas e Energia, no período da tarde, ainda em Brasília.
Assim que soube que só no Maranhão existem 75 mil famílias (que podem
render mais de 200 mil votos) que “vivem” da pesca de camarão e são
filiados em colônias de pescadores, Lobão não hesitou.
Ligou para Crivela e os três heróis se deslocaram do Ministério de
Minas e Energia e cruzaram ruas até chegar ao Ministério da Pesca.
Crivela ainda pediu um tempo, mas diante das pressões de Lobão, assinou a
papelada.
Então, a partir do dia 15 de dezembro deste ano, o camarão não poderá
mais ser pescado até o dia 15 de fevereiro, um período de dois meses.
Então, por solicitação do Ministério da Pesca, o Ministério do Trabalho
terá que cadastrar mais 75 mil pescadores para que possam receber dois
salários mínimos durante o período o Seguro Defeso do Camarão. Sem
contar que as mulheres “pescadoras” gestante terão direito ao auxílio
durante um ano e mais R$ 2 mil para o pré-natal.
Mas a picaretagem se revela mesmo quando nas localidades onde os
pescadores de camarão residem não existem sequer açudes, rios ou mar.
Mas como maranhense é bom brasileiro, pode acreditar que estão surgindo
novas modalidades de criação do crustáceo: em aquarius, cacimbas e até
em latas.
Por: Luis Cardoso
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