Fonte: Atual7
Em Itinga do Maranhão, a 608 km de São Luís, estudantes eleitos para o
colegiado escolar entraram em conflito com a direção do Centro
Educacional Terezinha de Jesus Coelho Rocha, única da rede estadual de
ensino, inclusive para a Zona Rural. Os alunos acusam a direção da
escola de desvio de verbas da Educação.
Segundo os estudantes, desde setembro deste ano, o ambiente da escola
não é mais o mesmo. Eles têm gravado, em vídeos feito via celular,
vários momentos de tensão, como a diretora chamar os alunos de
‘bandidos, e que merecem uma noite inteira de surra de cassetete da
polícia’, ‘chamar a polícia pra colocar todos no camburão’ e muitas
coisas fora de um contexto pedagógico.
Os estudantes dizem ainda que, como forma de retaliação, a diretora
suspendeu a caminhada anual da conscientização do Dia Nacional da
Conscientizar Negra e todas as gincanas da escola.
A diretora do C.E Terezinha de Jesus, Maria de Lurdes Borges, que
está no cargo há cerca de três anos, não estaria prestando contas de
como vem gastando a verba que é enviada pelo Governo. Maria de Lurdes
nega, e diz ser vítima de acusações falsas, e que o desentendimento
seria por conta de um grupo pequeno de alunos não respeitar as normas
internas da escola.
Por causa do conflito entre a diretora e os estudantes, três
professores da rede pública estadual de educação lotados na escola foram
afastados por suposto apoio aos protestos dos alunos: a professora
Joselda Nascimento, de história; o professor Augusto Cesar, de
Matemática; e o professor Abdenego, de Física. Eles estão submetidos a
processo administrativo disciplinar.
O processo disciplinar foi aberto após denúncia da Unidade Regional
de Açailândia – URE, baseada em relatos de membros da direção da escola
de que os professores teriam ‘incitados os alunos a invadirem o prédio’,
na noite do dia 20 de setembro deste ano.
Porém, o que causa estranheza é que, de acordo com o próprio boletim
de ocorrência feito pela direção, no momento do protesto dos alunos, os
professores não estavam na escola, pois não era dia de aula deles.
Ocorre que, no momento da manifestação, eles foram convocados para o
prédio, pela própria direção, sob o argumento de que representantes da
URE queriam ouvi-los.
Um outro fato que chama a atenção no processo administrativo
disciplinar contra os professores é que, até o momento, só há relatórios
feitos por representantes do Governo do Estado. A versão dos
professores só existe em depoimento colhido pelo Ministério Público
Estadual (MP/MA). Os estudantes afirmam que estas ‘estranhezas’ seriam
apenas a ponta do iceberg.
O caso está sendo investigado pela Secretaria de Estado da Educação (Seduc).
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