Volume aguarda há 80 dias o pronunciamento do Ministério Público, através do procurador-geral, Roberto Gurgel
O recurso em que o ex-governador
José Reinaldo Tavares (PSB) pede cassação da governadora Roseana Sarney
(PMDB) e do vice-governador Washington Luiz Oliveira (PT) e a convocação
de novas eleições no estado, ainda aguarda parecer do Ministério
Público.
“Assim que o MP der o parecer, o processo estará pronto para ser
julgado. A fase de instrução processual já foi concluída e as alegações
finais entregues, aguardando agora apenas o parecer do Ministério
Público e ser colocado em pauta para julgamento em plenário no Tribunal
Superior Eleitoral (TSE)”, informara o deputado e também advogado Rubens
Pereira Júnior no dia 25 de setembro deste ano. Ele representa, junto
com os advogados Abdon Marinho e Rodrigo Lago, a acusação.
Ou seja, há mais de 80 dias o processo foi enviado ao Ministério Público
e, até agora, aguarda o parecer do procurador-geral da República,
Roberto Gurgel.
A previsão era de que até o final do ano fosse julgado a cassação da
governadora Roseana Sarney por abuso de poder político e econômico.
Entretanto, até agora o processo, misteriosamente, ‘dorme’ nas mãos do
procurador Roberto Gurgel.
Segundo o Colunaço do Pêta deste domingo, uma das justificativas para
tamanha lentidão seria uma espécie de acordo de Sarney com Gurgel. Diz a
coluna do JP que Gurgel precisou aí de uma proteção e procurou Sarney,
que, em contrapartida, ‘sugeriu’ que ele ‘sentasse em cima’ da ação do
ex-governador José Reinaldo que pede a cassação de Roseana. Depois de
todos os trâmites, a ação está já há um bom tempo com o
procurador-geral, que continua sem despachá-la.
Provas
De acordo com a acusação, Roseana Sarney assinou convênios com
prefeituras no valor de quase R$ 1 bilhão com nítido caráter
eleitoreiro. Na petição, os advogados alegam que os convênios foram
utilizados “como meio de cooptação de prefeitos e lideranças políticas e
sindicais”.
Uma das provas do uso eleitoral dos convênios, segundo os advogados, é a
concentração da celebração de vários acordos nas vésperas da data da
convenção partidária que homologou o nome de Roseana Sarney para
disputar as eleições de 2010, em 24 de junho daquele ano. Uma tabela
revela que nos quatro dias que antecederam a convenção, a governadora
assinou 670 convênios que previram a liberação de mais de R$ 165 milhões
para diversos municípios do estado.
O processo também aponta que, em pleno período eleitoral, o governo
maranhense começou a construir moradias por meio do programa chamado
Viva Casa, com gastos de R$ 70 milhões que não estavam previstos no
orçamento. As alegações finais, que somam 79 páginas, trazem planilhas
que mostram que a votação de Roseana foi expressiva justamente nos
municípios beneficiados com os recursos dos convênios fechados em ano
eleitoral.
Ainda na peça, os advogados sustentam que a influência das ações da
governadora no resultado eleitoral é facilmente perceptível. Roseana
ganhou as eleições no primeiro turno por 0,08% dos votos a mais que a
metade dos votos válidos.
No mês de junho de 2010, quatro meses antes da eleição para o governo do
Maranhão, foram celebrados pelo governo Roseana Sarney 979 convênios
eleitoreiros, totalizando R$ 400 milhões, segundo processo de cassação
(RCED 809) movido pelo ex-governador José Reinaldo Tavares contra a
diplomação dos atuais governantes maranhenses. Somente nos dias 23 e 24
de junho, no dia da convenção que homologou a candidatura da filha do
senador José Sarney, foram 545 convênios. Incluindo fundo a fundo,
prefeituras, associações, foram mais de 1 bilhão em convênios
eleitoreiros.
Fonte: Blog do John Cutrim
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