Décio Sá foi executado com cinco tiros em um restaurante na Avenida Litorânea. Foto: Imirante
A
mim não resta mais nenhuma dúvida: o telefone do jornalista Décio Sá
estava sim grampeado pelo grupo que mandou executá-lo na noite do dia
23, por volta das 23h, no bar Estrela do Mar, na avenida Litorânea.
E
explico: naquela fatídica noite, liguei para o Décio por volta das 21h
de um restaurante no Calhau para confirmar que iríamos jantar no
estabelecimento onde o aguardava. Ele confirmou da redação do jornal O
Estado do Maranhão que iria.
Não
demorou alguns minutos, chegou ao local uma moto, que estacionou
próximo ao local de onde estava naquele momento com alguns amigos
jornalistas.
Um amigo
ligou para saber em que local eu estava. Disse a ele que em um
resturante, no Calhau. Ele, que é filho de dono de um jornal da cidade,
foi até lá.
Fomos
conversar um pouco afastado, mas próximo da saída do restaurante. Ele
estranhou a presença de um motoqueiro, também numa moto da mesma
caraterística da usada pelos assassinos de Décio Sá. E ainda falou:
“Amigo, não confie em moto no período da noite”. Passavam poucos
minutos das 22h e o motoqueiro foi embora.
O
que fazia um motoqueiro próximo do local de onde estávamos aguardando
Décio Sá? O que o teria levado até lá, se não entrou no restaurante,
não estava esperando ninguém e nem estava a serviço do estabelecimento
comercial? Por que saiu de lá exatamente no horário em que Décio Sá
combinou com o amigo Fábio Câmara para comerem a caranguejada na
Litorânea? São respostas que a polícia que investiga o caso deve
procurar saber.
Mas,
ontem, quando lí o depoimento da evangélica, que presenciou quando o
matador subiu o morro. Fiquei intrigado com o fato da cabeça do morro,
onde um carro e mais dos elementos aguardavam o assassino, ficar uns 30
metros do restaurante onde estávamos. A área externa do estabelecimento
tem monitoramento eletrônico e a polícia sabe, mas não foi recolher o
que possa ter sido gravado até agora.
Conto
esses detalhes para que o assassinato de Décio Sá não fique impune. Não
mataram apenas um jornalista, como disse o ministro Edison Lobão, mas
assassinaram a democracia, e feriram de morte a liberdade.
Mas
do que nunca se faz necessário que a nossa classe esteja unida neste
momento. É preciso que tenhamos a coragem e o faro investigativo de
Décio Sá em busca dos fatos reais que possam elucidar o crime.
Como
tem dito o colega Marco Aurélio Deça, não podemos ficar apenas
lamentando ou chorando a morte do companheiro Décio Sá. É dever de cada
um de nós cobrar a apuração deste e de outros crime cometidos pela
pistolagem.
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